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Tensão Arterial

Tensão Arterial

A tensão arterial ou pressão arterial é a força exercida pelo sangue nas paredes das artérias por onde circula. É imprescindível para manter o movimento do sangue bombeado pelo coração, a cada batimento cardíaco, e assim distribuir pelo organismo o oxigénio e todos os nutrientes necessários ao seu bom funcionamento e de todos os órgãos.

Em condições normais, a quantidade de sangue bombeado pelo coração é adequada e as artérias estão desobstruídas, permitindo a normal circulação por todo o corpo. No entanto, pode existir resistência nas artérias, dificultando a passagem do fluxo sanguíneo ou fazendo com que a quantidade de sangue bombeado seja insuficiente. (1,6)

Caracteriza-se por dois valores:

A Pressão Arterial máxima ou sistólica, que corresponde ao valor da pressão que está a ser exercida durante a contração do coração e a Pressão Arterial mínima ou diastólica, que por sua vez corresponde ao valor da pressão exercida nas paredes das artérias durante o relaxamento do coração.

Num adulto saudável a pressão arterial é considerada ótima com um valor inferior a 120 mmHg para a sistólica e inferior a 80mmHg para a diastólica, podendo variar entre 120-129mmHg (milímetros de mercúrio) e/ou 80-84mmHg. Em determinados momentos, estes valores podem aumentar devido a esforços físicos ou emocionais, voltando posteriormente aos seus níveis normais. No entanto, existem diversos fatores que podem contribuir para que esta pressão sobre as paredes das artérias aumente em excesso, colocando-nos perante um cenário de hipertensão. Esta condição pode não ser totalmente curável, mas pode ser controlada e, normalmente, não demonstra sinais ou sintomas, o que a torna perigosa para a saúde de qualquer individuo (1,5).

A hipertensão é então um sério problema de saúde em todo o mundo, que se caracteriza por uma pressão sanguínea excessiva na parede das artérias, acima dos valores considerados normais, que ocorre de forma crónica e aumenta significativamente o risco de doença cardíaca, cerebral e renal, entre outras doenças, afetando aproximadamente 3 em cada 10 portugueses acima dos 20 anos, estimando-se uma prevalência de 42,6% no nosso país, e levando a uma alta morbidade e mortalidade.

No entanto, existem opções de tratamentos para controlar a doença, sendo a alimentação um fator importante e fundamental para modificar este fator de risco de doença cardiovascular (2,3).

O diagnóstico de hipertensão arterial define-se, segundo a Direção Geral da Saúde, como a elevação persistente, em várias medições e em diferentes ocasiões, da pressão arterial sistólica igual ou superior a 140 mmHg e/ou da pressão arterial diastólica igual ou superior a 90 mmHg. Existem dois tipos de hipertensão: primária, na qual não é conhecida especificamente a causa, sendo a situação mais frequente; secundária, nos doentes em que a causa é identificável e poderá ser tratada com uma intervenção especifica e mais dirigida (2,7).   

Este problema de saúde torna-se progressivamente mais comum com o avançar da idade, com uma prevalência acima de 60% em indivíduos com mais de 60 anos, ao mesmo tempo que são adotados padrões de vida mais sedentários, com uma alimentação descuidada, que levam ao aumento do peso corporal e colesterol elevado. As causas da hipertensão podem englobar também o tabagismo, o stress e algumas doenças já existentes, tais como apneia do sono, doença renal, tiroideia e paratiroideia, entre outras e alguns medicamentos, como por exemplo os antidepressivos e contracetivos orais.

A longo prazo, a pressão arterial elevada tende a originar lesões nos vasos sanguíneos e em alguns órgãos vitais, sendo um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de Acidente Vascular Cerebral (AVC), ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e renal, perda gradual de visão, disfunção eréctil e doença arterial periférica. Em alguns casos, um diagnóstico atempado poderia evitar complicações resultantes dessa doença.

Relativamente à alimentação...

Na prevenção e tratamento da doença, recomenda-se a redução do consumo de sal (menos de 5 gramas diárias), a ingestão de mais fruta e vegetais, a redução do consumo de álcool, limitação de alimentos ricos em gorduras saturadas e açucares adicionados e, por fim, redução ou até mesmo eliminação, das gorduras trans presentes na alimentação. Todos estes hábitos, aliados à prática de atividade física contribuem não só para adquirir um estilo de vida saudável, mas também para a diminuição do excesso de peso e tratamento de obesidade, doença fortemente associada ao risco de doença cardiovascular, diabetes mellitus, hiperlipidemia e hipertensão. Os fatores referidos são, seguramente, fundamentais para prevenir e controlar a hipertensão arterial (4,5,7).

Uma grande parte da população associa o consumo de sal a um maior risco de hipertensão, estando sim relacionado, mas não sendo o único fator contribuidor para esta doença. Sabia que, de acordo com o último Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, a ingestão média de sódio (sal) da população portuguesa é de 7,4 g de sal por dia, valor acima do nível máximo tolerado? E que, para além do sal de adição, os grupos alimentares que mais contribuem para este aporte de sal são o Pão e tostas e a Sopa, que são considerados alimentos saudáveis? (9)  

Hoje em dia, seria de extrema importância desviarmos o nosso foco de atenção para iniciativas de prevenção do aumento típico da pressão arterial relacionado com a idade, para além do controlo da mesma em indivíduos com hipertensão já estabelecida. Isto levaria a uma diminuição da proporção de doenças cardiovasculares relacionadas com esta condição de pressão arterial elevada (6).     

Por outro lado, existe também a hipotensão, que se caracteriza pela diminuição da pressão arterial abaixo dos valores normais, nomeadamente inferiores a 90/60 mmHg. Esta é uma condição relativamente benigna que apenas se torna preocupante quando a pressão sanguínea para o bombeamento não é suficiente para suprir as necessidades dos principais órgãos com sangue oxigenado.  A hipotensão é, na maioria das vezes, assintomática, no entanto, na presença de sintomas, estes serão tonturas ou vertigens (8).

Certifique-se de verificar a sua pressão arterial regularmente, seja no consultório médico ou em casa, utilizando um equipamento validado, de modo a tratá-la da maneira correta e evitar problemas de saúde futuros.

 

  1. What Is High Blood Pressure. American Heart Association
  2. Norma nº020/2011. Direção Geral da Saúde, 2013.
  3. A Hipertensão em Portugal. Associação Portuguesa de Nutrição, 2019.
  4. Guideline for the pharmalogical treatment of hypertension in adults. World Health Organization, 2021.
  5. 2018 ESC/ESH Guidelines for the management of arterial hypertension. Journal of Hypertension, 2018.  
  6. High Blood Pressure and Cardiovascular Disease. American Heart Association, 2020
  7. Hipertensão Arterial. Serviço Nacional de Saúde, 2021.
  8. Sharma S, Hashmi MF, Bhattacharya PT. Hypotension, 2022
  9. Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, 2017.
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