REFRIGERANTES SEM AÇÚCAR
Os edulcorantes estão presentes em inúmeros produtos alimentares e ainda não existem certezas absolutas quanto à sua segurança. Vulgarmente conhecidos como adoçantes não-calóricos, podem ser sintéticos, como é o caso da sacarina e do aspartame ou de origem natural, como é o caso do steviol que advém da planta stevia. Até agora a FDA (Food and Drug Administration, entidade americana que regulamenta fármacos e alimentos nos Estados Unidos da América e Canadá) aprovou o uso em alimentos de seis tipos de adoçantes sintéticos e dois tipos de adoçantes de origem natural. Isto pode ser especialmente relevante para todos aqueles que pretendem diminuir a sua ingestão de açúcar.
Por exemplo, o aspartame encontra-se em mais de 6000 alimentos, sendo que são consumidas mais de 5000 toneladas apenas nos Estados Unidos da América.
A American Diabetes Association, uma das entidades mais respeitadas ao nível do estudo da diabetes, recomenda a ingestão de refrigerantes "light" como alternativa aos refrigerantes açucarados.
Na Europa e também em alguns Estados dos Estados Unidos da América são já aplicadas taxas aos alimentos com mais açúcar adicionado. Além disso, alguns responsáveis por estas políticas nutricionais pretendem também incluir as bebidas "diet" nesta taxação, em virtude de vários estudos terem alertado para a sua influência negativa na diabetes e doenças cardiovasculares.
PORQUE É QUE ESTES ADOÇANTES SÃO ISENTOS DE VALOR ENERGÉTICO?
Estes adoçantes são virtualmente isentos de calorias uma vez que durante o processo digestivo não são transformados nos açúcares naturais glicose, frutose ou galactose, que posteriormente seriam utilizados como fonte de energia ou transformados em gordura. A glicose estimula a liberação de insulina pelo pâncreas, uma hormona que regula os níveis de açúcar no sangue. A diabetes tipo 2 caracteriza-se pela falta de sensibilidade à insulina, levando à elevação dos níveis de açúcar no sangue, o que danifica nervos, rins, vasos sanguíneos e coração.
Uma vez que os adoçantes não-calóricos não são nem originam açúcar deveriam ser uma escolha melhor para os diabéticos. Contudo as últimas evidências científicas têm demonstrado que estes adoçantes podem comprometer alguns processos metabólicos, nomeadamente ao nível do intestino.
ADOÇANTES E SAÚDE
Estudos longitudinais recentes evidenciam que o uso prolongado destes adoçantes está associado a maior risco de diabetes tipo 2. A sacarina parece modular negativamente a nossa microbiota, a comunidade de microorganismos presente no intestino. O aspartame parece diminuir a atividade de uma enzima no intestino que normalmente apresenta uma ação protetora face à diabetes tipo 2. Mais, esta resposta pode ser exacerbada pela "discrepância" entre a percepção entre o sabor doce de um alimento e o seu real valor energético. Quanto maior for esta discrepância entre o sabor doce e o seu valor energético, maior será a desregulação metabólica.
A ingestão de alimentos contendo adoçantes também parece influenciar a atividade cerebral, prejudicando a percepção de saciedade, o que poderá levar um indivíduo a comer mais.
Por outro lado, parece que quem ingere refrigerantes "light", por vezes, pode abusar do seu consumo em função de achar que sendo isentos de calorias não apresentam quaisquer riscos para a saúde.
Os adoçantes estão presentes em inúmeros produtos alimentares, desde bebidas e molhos para salada até bolachas e iogurtes. É importante ter a noção que a constante exposição a estes compostos poderá aumentar a carga de doenças metabólicas no futuro.
Não há dúvidas que os refrigerantes contendo açúcar não são bons para a saúde, especialmente para quem já padece de determinadas doenças metabólicas, mas os substitutos "light" também não são isentos de riscos.
É por isso importante diferenciar a ingestão esporádica da ingestão regular, uma vez que as consequências para a saúde são certamente muito diferentes.
A água será sempre a melhor bebida!
